A Maserati é uma das marcas mais famosas e prestigiadas de carros de luxo do mundo. Com uma história que remonta a 1914, ela tem uma trajetória marcada por inovação, paixão e desempenho. Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre a origem e a evolução dessa marca italiana que conquistou o coração de muitos admiradores.
Os irmãos Maserati
Haviam seis irmãos Maserati, que em ordem de nascimento eram: Carlo, Bindo, Alfieri, Ettore, Mario e Ernesto. Tudo começou com os irmãos Maserati: Carlo, Bindo, Alfieri, Ettore e Ernesto. Eles eram filhos de um operário ferroviário e desde cedo demonstraram interesse e talento pela mecânica e pela velocidade. O mais velho, Carlo, construiu um motor monocilíndrico aos 17 anos e foi contratado pela Fiat como piloto de testes. Ele também construiu seu primeiro carro, com chassi de madeira e motor próprio, que poderia ser considerado o primeiro Maserati da história.
Carlo trabalhou em outras empresas como Isotta Fraschini e Bianchi, onde se destacou como piloto de corridas e engenheiro. Infelizmente, ele morreu em 1910, aos 29 anos, devido a uma doença pulmonar. Seus irmãos seguiram seus passos e se envolveram com o mundo automobilístico. Alfieri foi o que mais se dedicou à criação de carros e motores, trabalhando para a Diatto, uma fabricante de veículos esportivos.
Em 1914, Alfieri fundou a Officine Alfieri Maserati em Bolonha, com o apoio de seus irmãos Bindo, Ettore e Ernesto. O objetivo era desenvolver carros e motores para competição, além de produzir velas de ignição. O logotipo da marca foi inspirado no tridente da estátua de Netuno, símbolo da cidade de Bolonha, e desenhado por Mario Maserati, o único artista dos irmãos:
Os primeiros carros
O primeiro carro produzido pela Maserati foi o Tipo 26, lançado em 1926. Ele era baseado em um chassi da Diatto e tinha um motor de oito cilindros em linha com compressor volumétrico. O carro estreou com vitória na corrida Targa Florio daquele ano, pilotado pelo próprio Alfieri Maserati. Foi o início de uma série de sucessos nas pistas, que consolidaram a reputação da marca como uma das mais competitivas da época.
Outros modelos que se destacaram foram o V4 (1929), que bateu o recorde mundial de velocidade com 246 km/h; o 8C (1931), que venceu diversas provas na Europa; o 8CM (1933), que foi pilotado por lendas como Tazio Nuvolari e Luigi Fagioli; e o 6CM (1936), que dominou as corridas de voiturette (categoria inferior à Grand Prix).
Em 1937, a Maserati foi vendida à família Orsi, proprietária de uma empresa metalúrgica. Os irmãos Maserati permaneceram na empresa como engenheiros até 1947, quando fundaram a OSCA (Officine Specializzate Costruzione Automobili). A sede da Maserati foi transferida para Modena, onde permanece até hoje.
A era pós-guerra
Após a Segunda Guerra Mundial, a Maserati retomou sua atividade esportiva com o modelo A6 (1947), que tinha um motor de seis cilindros em linha projetado por Alberto Massimino. O carro foi o primeiro a levar o nome Maserati nas ruas, além das pistas. Em 1953, a Maserati lançou o A6GCS/53, um dos carros mais bonitos da história, desenhado por Pinin Farina.
A década de 1950 foi marcada pelo duelo entre a Maserati e a Ferrari na Fórmula 1. A Maserati contou com pilotos como Juan Manuel Fangio, Stirling Moss e Jean Behra, que conduziram carros como o 4CLT, o 250F e o 250S. Em 1957, Fangio conquistou o quinto e último título mundial de sua carreira com a Maserati, vencendo quatro das oito corridas da temporada.
No entanto, a Maserati enfrentava dificuldades financeiras e decidiu se retirar da Fórmula 1 no final de 1957. A marca passou a se concentrar na produção de carros de rua e de turismo, como o 3500 GT (1957), o primeiro carro de produção em série da Maserati, que tinha um motor de seis cilindros em linha com três carburadores Weber e 220 cv de potência.
Os anos dourados
Os anos 1960 foram considerados os anos dourados da Maserati, pois a marca lançou alguns dos seus modelos mais icônicos e desejados. Um deles foi o 5000 GT (1959), um coupé exclusivo feito sob encomenda para clientes especiais, como o xá do Irã, que tinha um motor V8 derivado do carro de corrida 450S. Outro foi o Sebring (1962), um elegante gran turismo com carroceria de alumínio e motor de seis cilindros.
Em 1963, a Maserati apresentou o Quattroporte, o primeiro sedã de luxo da marca, que tinha um motor V8 de 4,2 litros e 260 cv, capaz de atingir 230 km/h. O carro foi um sucesso de vendas e de crítica, sendo considerado um dos melhores sedãs do mundo. Em 1966, a Maserati lançou o Ghibli, um coupé esportivo com linhas aerodinâmicas e um motor V8 de 4,7 litros e 310 cv, que chegava a 250 km/h. O Ghibli foi o carro mais vendido da Maserati na década de 1960.
Em 1968, a Maserati foi adquirida pela Citroën, que trouxe novas tecnologias e recursos para a marca italiana. Um dos frutos dessa parceria foi o Bora (1971), o primeiro carro da Maserati com motor central-traseiro, que tinha um V8 de 4,7 ou 4,9 litros e uma suspensão hidropneumática. Outro foi o Merak (1972), uma versão mais acessível do Bora, que tinha um V6 de três litros e uma carroceria mais leve.
As crises e as mudanças
A década de 1970 foi marcada por crises econômicas e políticas que afetaram a indústria automobilística mundial. A Maserati não escapou das dificuldades e viu suas vendas caírem drasticamente. Em 1975, a Citroën saiu da sociedade e a Maserati foi colocada sob administração pública italiana. A marca foi salva pela intervenção do empresário argentino Alejandro De Tomaso, que se tornou o novo proprietário da Maserati.
De Tomaso promoveu uma reestruturação da marca e lançou novos modelos, como o Kyalami (1976), um coupé baseado no De Tomaso Longchamp; o Quattroporte III (1979), um sedã com design de Giugiaro; e o Biturbo (1981), um coupé compacto com motor V6 biturbo que inaugurou momento era para a Maserati. O Biturbo teve diversas versões e derivados, como o Spyder (1984), o Karif (1988) e o Shamal (1990).
Em 1993, a Fiat comprou a Maserati e iniciou um processo de revitalização da marca. Em 1997, a Ferrari assumiu o controle operacional da Maserati e investiu na renovação da fábrica e dos produtos. Um dos resultados dessa parceria foi o 3200 GT (1998), um coupé com motor V8 biturbo e lanternas traseiras em forma de bumerangue. Em 2004, a Maserati voltou à Fórmula 1 como fornecedora de motores para a equipe Sauber.
E aí, gostou da história da Maserati? Continue acompanhando o Blog da Enrico Boaretto para a parte 2, que sairá na próxima semana!